sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

No Corpo da Palavra - Knoxville- Tennessee

A visita a Univerisdade do Tennessee em outubro foi uma nova e boa expreriência. Sempre acreditei nos ensinamentos dos Orixás, que segundo um livro que li "o corpo guarda o registro ancestral." Acostumada a fazer destas palavras manifestações em minhas performances poéticas , um novo desáfio se ergueu na cidade de Knoxville. Como utilizar as modernas tecnologias de comunicação em público com as milenárias formas de expressões corporais legadas das várias culturas africanas vindas para o Brasil e somá-las ainda, com a declamação dos poemas de escritoras afro-brasileiras reunidas por mim no livro "Enfim nós." Assim escrevendo parece óbvio, mas na verdade não foi. Visto que a manifestação de dança e música com refrões repetidos, qual a um mantra, se tratando de cultura afro no Brasil, tem uma categorização definida como não erudita, em outras palavras menor. Os poemas, forma escrita de expressão, ocupam a categoria eletizante de instruído. Quando eu concebia as formas visuais de apresentação vinha em minha mente uma frase de um escritor-afro-brasileiro conhecido nos meios acadêmicos: "É preciso tomar cuidado com esta sua forma de dizer poemas, podem lhe rotular como escritora folclórica e por consequência diminuir o valor de seu trabalho literário.” Na época eu interpretei como: “se eu quissese me tornar uma escritora nos termos canônicos teria que abandonar a minha forma de expressão cultural.” Em outras palavras, teria que abandonar as expressões que me indentificam transmitidas, de alguma forma, pela convivência familiar, fazendo parte do meu universo cognitivo. Resolvi correr o risco, porque abandonar esta forma seria abandonar a mim mesma e a minha escrita perderia o sentido. O tempo passou eu contínuo seguindo a máxima “que o corpo guarda o registro ancestral,” com a ressalva que estamos sempre pronto a acrecentar outras tantas experiências que venham somar, ampliar o sentido destes registros. Confesso no entanto que já fui chamada de folclórica no sentido redutor, por alguns acadêmicos desinformado das questões abrangentes que envolvem a cultura Africana em geral e Afro-brasileira em particular, ou seja como os afros-descendentes perpetuam e contraditóriamente recriam símbolos. Assim sendo a performance “No Corpo da Palavra” respondeu mais uma das minhas muitas inquetações de escritora afro-brasileira. Axé!
Abrindo a apresentação leitura de um texto introdutório.

Cantando para assentar o Axé.
Chamando as forças dos Orixás.


Na dança do corpo as palavras soltam-se com a força ancestral de Oya.Convite a paticipação coletiva. Que foi entendida e indentificada pelo público. Reforçando os elos da identificação, diminuindo as distâncias idiomáticas e geográficas, provando que limites impostos não persitem quando as palavras poéticas no embalo corporal conduzem.


O poema Propósito Poético que foi lido em português e traduzido pela Professora Dawn Duke, transmitiu para as pessoas as intenções da vida literária da Escritora Miriam Alves.



A apresentação teve vários momentos emocionantes.

Um deles a leitura e a exibição dos poemas de algumas das escritoras que constam da Antologia Enfim Nós.
Livro bilíngüe publicado em 1994 e desde então é adotado em diversos cursos de Universidades no Estados Unidos.


O que me reforça sempre a certeza que...

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